quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Aula Presencial do dia 21 de outubro

Tivemos esta aula e, foi muito significativo para mim como se desenvolveu, com muitas "trocas" , reflexões e atividades propostas pelas professoras Dóris e Sitra-mara, entre as atividades, cito: Uma folha contendo opiniões de adultos que estão se alfabetizando e, podemos através dos "discursos" lidos trazer a tona algumas idéias do texto de Regina Hara_ Alfabetização de adultos: ainda um dasafio.3.ed. São Paulo: CEDI,1992. E, assim fazer representações das necessidadades dos educandos para ser possível dar início ao processo da alfabetização, respeitando assim, o contexto histórico sócio-cultural do aluno, assim, também lembrando aprendizagens significativas do Video que assisti: "A construção da leitura e da escrita do adulto na perspectiva Freiriana". Na aula foi nos apresentado um "norte" para podermos alfabetizar com: investigação de interesses, tematização (as palavras num contexto social) e, tudo para que com a problematização se busque as soluções nos conflitos de interesse. A aquisição da escrita deve ser intrinsicamente ligada ao empoderamento político, lembrando sábias colocações de Paulo Freire.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

LIBRAS UMA NOVA E IMPORTANTE APRENDIZAGEM PARA MIM

Nunca tive a experiência de conviver e conhecer uma pessoa surda. Somente agora na nossa aula de Libras e que tive o prazer de conhecer a nossa professora Janaína, o que foi para mim uma enorme satisfação, pois ali naquela aula aprendi um pouco sobre o surdo, pois para mim tinha a concepção que todo surdo era mudo, posso até dizer que por pura ignorância não sabia que o surdo não é mudo. Aprendi até me comunicar através da língua brasileira de sinais.
Os surdos são pessoas que compreendem e interagem com o mundo através de experiências visuais, se manifestando através de uso da língua brasileira de sinais.
Hoje eu sei que para se comunicar com uma pessoa surda é necessário olhar em seus olhos, se possível desenhar, escrever ou até mesmo dramatizar, sempre com muita calma, não sendo preciso gritar. É preciso utilizar bastante a expressão corporal e facial, percebi isto na aula da professora, que muitas vezes entendia o que ela falava através da sua expressão corporal e facial.
Os aspectos da cultura surda que eu acho importante saber para que eu possa interagir com pessoas surdas é, antes de tudo, saber que os surdos são pessoas que interagem, que são pessoas capazes e nunca inválidos. Surdez não é uma deficiência, mas uma cultura.
Saber que a cultura surda é o jeito do surdo entender o mundo e de modificá-lo para que se torne acessível e habitável ajustando-os com suas percepções visuais, para contribuir para a definição das identidades surdas e das “almas” das comunidades surdas.
Tentar conhecer aos poucos, o que é para mim muito difícil, mas bastante desafiador, a língua brasileira de sinais.

ASSUNTOS DA PRIMEIRA AULA PRESENCIAL

Na primeira aula presencial de Linguagem e Educação, foi feito um trabalho de grupo e, nós ganhamos uma folha contendo um pequeno texto que tinha três palavras grifadas, para reflexão que eram: autoria/ expressão e interlocução _ para o desenvolvimento da criatividade e autonomia.
Então, já no primeiro trabalho escrito pude fazer um relato que acho importante e destaco como aprendizagem.
“ É preciso considerar as condições socioculturais para “apropriar-se” das diferenças de linguagem e, assim respeitar as demais formas de falar e escrever. São os “desafios contemporâneos”.
Precisamos entender que as condições de produção do discurso – o contexto de uso da linguagem, o lugar do qual falamos, o interlocutor – interferem na seleção do conteúdo (o que dizer) e das estratégias do dizer (como dizer).
Falar sobre múltiplas linguagens e não associá-las ao discurso pedagógico é impossível, pois o mesmo está em função das demandas culturais e sociais de cada época. Através do discurso são apresentados os “bons métodos”, as “boas leituras”.
__Até que ponto isto beneficia a nossa prática pedagógica? Precisamos, nós professores, ter mais autoria, expressão, ser interlocutor, ter mais autonomia em nossa prática pedagógica.
Antes de tudo é preciso considerar as condições entre linguagem e grupos sociais, respeitando as relações socioculturais entre os sujeitos.
A escola promove a hierarquia de excelências, onde aquele aluno no decorrer de seu desenvolvimento não atinge as propostas de aprendizagem e nem desenvolve as habilidades e competências exigidas, então, sob os julgamentos e classificações no âmbito do discurso é designado ao fracasso. Isto não promove o desenvolvimento de ninguém.
A escola enfrenta o desafio de incorporar ao currículo essas demandas sociais e culturais, é era das interlocuções mais amplas. “


Referências: A leitura, a escrita e a oralidade como artefatos culturais (Dalla Zen; Trindade, 2002).

ESTRATÉGIAS

IMPORTANTES ESTRATÉGIAS PARA REFLETIR E POR EM PRÁTICA DAQUI POR DIANTE

Na sistematização é merecida atenção a questão, devido a leitura mecânica do chamado método Paulo Freire, no qual os educadores tem aceitado o desafio simplista, com movimentos mecânicos que impliquem simplesmente na decodificações de palavras e na sua silabação, estas que estão ligadas á realidade do educando. Outros sim, a descoberta da estrutura silábica da palavra geradora, a composição das famílias silábicas e a criação de novas palavras, é coerente com a colocação do alfabetizando como sujeito da construção do seu aprendizado.

COLABORAÇÕES IMPORTANTES DE PAULO FREIRE PARA NOSSAS APRENDIZAGENS E PRÁTICAS

COLABORAÇÕES IMPORTANTES DE PAULO FREIRE PARA NOSSAS APRENDIZAGENS E PRÁTICAS

É de extrema importância, nós professores, sabermos destes ideais de transformação e elucidação deste teórico tão respeitável, em todo o mundo, que é Paulo Freire.
Freire faz uma abordagem da alfabetização, como: uma relação dialética dos seres humanos com o mundo, por um lado e, com a linguagem e com ação transformadora. Assim, a alfabetização como fundamento necessário à ação cultural para a liberdade, aspecto essencial do que significa ser um agente individual e socialmente constituído. Não podemos ter a idéia que a alfabetização é apenas uma habilidade técnica a ser adquirida. Muito de nossas práticas está envolvida de que o ato de ler e de escrever é somente adquirido com uma “boa metodologia”, e, muitas vezes, não respeitando a bagagem cultural do indivíduo que é a busca maior que é pela sua inserção na sociedade Alfabetização para Freire; um projeto político onde todos afirmam seu direito e responsabilidade não apenas de ler, compreender e transformar suas experiências pessoais, mas também de reconstituir sua relação com a sociedade mais ampla. Para Freire, alfabetização é parte de um processo pelo qual alguém se torna autocrítico a respeito da natureza historicamente construída de sua própria experiência.
Contribuições muitíssimo importantes de Paulo Freire e Donaldo Macedo. É importante apresentar a alfabetização como um construto histórico e social tanto para absorver o discurso da dominação, quanto para definir a pedagogia crítica como uma forma de política cultural. A alfabetização crítica como precondição para o empowerment individual e social. Professores se enganam, acreditam na que opção política, de militância e ficando comprometidos com um trabalho já são suficientes para superar as dificuldades de competências no ensino de ler e escrever. E, acreditam que até com leitura de manuais sejam suficientes para enfrentar os desafios metodológicos impostos na sala de aula. Isto é um engano! Para que ocorra a verdadeira alfabetização é preciso sistematizar experiências dos educandos e procurar criar as condições necessárias ao avanço do conhecimento.

APRENDENDO MAIS SOBRE O QUE É A EJA

Eu já tive experiência com a EJA e, digo que foi muito bom, podendo ser melhor se estivesse a parte destes conhecimentos tão importantes que estou tendo nesta interdisciplina e, minhas maiores aprendizagens relato em forma de textos reflexivos que coloquei nos fóruns que participei até o momento do semestre:
O que é EJA? "EJA é uma categoria organizacional constante da estrutura da educação nacional, com finalidades e funções específicas... EJA representa uma dívida social não reparada para com os que não tiveram acesso a nem domínio da escrita e leitura como bens social, na escola ou fora dela, e tenham sido a força de trabalho empregada na constituição de riquezas e na elevação de obras públicas.” " EJA necessita ser pensado como um modelo pedagógico próprio a fim de criar situações pedagógicas e satisfazer necessidades de aprendizagem de jovens e adultos." A EJA quer possibilitar aos indivíduos novas inserções no mundo do trabalho, na vida social, nos espaços da estética e na abertura dos canais de participação
Infelizmente, estamos num "joguete", onde o que devemos estar é alertas numa franca luta da busca pela transformação social e, nesta visão de alcance está Paulo Freire com suas idéias de lutas por uma alfabetização radical.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

MINHAS EXPECTATIVAS PARA O NOVO SEMESTRE E O QUE VOU FAZER PARA ATINGÍ-LAS

Este semestre quero me empenhar bastante, ser uma boa aluna, tornar meu aprendizado rico para que eu possa transmitir toda essa bagagem que a UFRGS para me oferecer para meus alunos, tornando assim meu trabalho enquanto docente bem mais qualificado e enriquecedor. Quero estudar muito e fazer minhas postagens em dia e, ser muito organizada e eficiente, pois sei que sou muito capaz e esperta.
Desejo a todas colegas e ao meu colega Marcelo um bom retorno. Abraços a todos os professores, colegas, tutores e coordenadores deste curso.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

FILME SOBRE A INCLUSÃO NA SALA DE AULA

ESTUDO DE CASO DO MENINO PETER

O aluno apresenta a deficiência da síndrome de down, sua classe econômica é considerada média alta, morando numa boa casa, com pais bem presentes e carinhosos, parecendo ser uma família bastante estruturada
No início do ano, o menino não tinha um bom relacionamento com os colegas e os professores, mas com o decorrer do documentário tudo foi mudando, pois através de todo o envolvimento da turma e dos professores aos poucos o relacionamento foi melhorando e, conseguiram achar um meio de todos se relacionarem bem, o que foi um trabalho bastante árduo e, mesmo assim em suas crises o menino regredia um pouco, sendo violento com seus colegas.
Percebi que a família dá total apoio ao menino, sendo que já colocar o menino na escola já demonstra que a própria já o aceita, coisa que em muitos casos a maioria das famílias escondem e não aceitam seus filhos, sendo muitas vezes negligentes. O menino pelo que pude perceber é uma criança protegida e amada pelos pais.
Nos primeiros meses Peter não apresentava nenhuma concentração, nenhum envolvimento, não realizando nenhuma atividade. Mas através do diálogo e da cooperação entre os colegas e os professores e, com o tempo Peter começou a ter mais concentração e já conseguia realizar as atividades sozinhos, aprendendo a ler e escrever, sempre incentivados pelos colegas e professores, todos envolvidos numa grande teia de amizade, coleguismo e paciência.
Pelo que pude perceber todos os movimentos para a inclusão estavam presentes na escola, pois a mesma oferece uma sala bem ampla, com bastante materiais didáticos e pedagógicos, uma turma com poucos alunos. Trabalhos feitos em grupo, outros professores assessorando a professora, a professora tentando buscar meios de se relacionar bem com o menino, a preocupação da professora em buscar outros métodos que surgissem efeito num bom relacionamento entre os colegas e ela mesma, havendo também adaptações curriculares, pois Peter teve que aprender a ler e escrever, enquanto que a turma já estava no terceiro ano.
As práticas pedagógicas foram: o atendimento individual, mesmo trabalhando o coletivo, a flexibilidade na adaptação do currículo, o diálogo, a cooperação e o incentivo entre os colegas e professor para com o menino, o trabalho em grupo, a avaliação do professor fazendo parâmetros sobre o desenvolvimento do aluno, aulas bem diversificadas com apoios pedagógicos com jogos, exercícios físicos, brincadeiras e músicas.
Apesar do documentário não ter notificado tais empenhos, acredito eu que houve um amparato para a inclusão, pois os alunos demonstraram estar desde o início preparados para estar com este caso na sala de aula. E a família é bastante estruturada, parecendo estar sempre favorecendo o desempenho do menino.
É preciso termos uma avaliação mediadora construída na interação, no diálogo entre professores e alunos, transformando-os em participantes dos processos avaliativos; o professor interagindo com seus alunos e buscar compreender como eles estão construindo suas lógicas de pensamento, que eles vão produzindo suas capacidades de mediar situações de aprendizagem, tornando-se assim aprendizes do processo de desenvolvimento de seus alunos.
O conhecimento é adquirido na interação do sujeito com o meio, não aprendemos sozinhos e sim na troca de idéias, na ajuda mútua, no que realmente tenha significado para nós. Como relata a menina que estava sempre com Peter, diz ela que ela não só ajudou ele, mas também aprendeu muito com ele, o que para ela foi mais importante, não só ensinar mas aprender com o outro.O menino ao final do ano letivo recebeu um prêmio pelo seu aprendizado, sendo valorizado conforme suas condições.
É preciso encontrar uma maneira de utilizar os processos avaliativos como potencializadores das aprendizagens e inclusão escolar. Inclusive uma ferramenta pedagógica capaz de auxiliar na (re) construção de conhecimentos, fazendo emergir as potencialidades de cada sujeito e escutando as vozes historicamente silenciadas. Uma avaliação da aprendizagem inclusiva! O processo avaliativo olhando à diversidade, mutabilidade, ao imprevisível; a avaliação da aprendizagem como um meio e não um fim e, nesse sentido, é permeada pela teoria e pela prática, sendo um dispositivo facilitador da crítica do percurso de uma ação: a ação conjunta do fazer pedagógico.
Infelizmente nossa realidade não abrange totalmente a inclusão, o que é uma pena, pois temos tanto a trilhar em busca de novos conhecimentos e aprendizagens sobre o que é realmente a inclusão e os benefícios que a mesma trará para nossa sala de aula, para nossos alunos e para nós educadores. As contradições do filme à realidade são claras. É preciso na Inclusão serviços na área de saúde, bem com agentes e recursos da comunidade e o diagnótico completo dos alunos, recursos esses que capacitam bem à inclusão

Como é bom falar sobre como sou!

EU, “COMO ME VEJO” E “COMO AS OUTRAS PESSOAS ME VEEM”
Me vejo como mulher, mãe, professora, amiga...
Tenho defeitos e qualidades. Bem começarei com a parte pior de mim. Sou muito ansiosa, extremamente inquieta, muitas vezes coloco a carreta na frente dos bois, falo o que não é preciso falar, quando preciso algumas vezes me calo, sou bastante consumista, sou muito desorganizada e atrapalhada e muito, muito, muito chorona.
Agora falarei de minhas qualidades, sou carinhosa, muito amiga, bonita, uma ótima mãe, uma boa filha, tenho bons hábitos e atitudes, sei respeitar as pessoas, sou muito sorridente, mesmo quando tudo esta ruim, ninguém me vê triste, porque sei dar a volta por cima, sou uma ótima conselheira, adoro estar em sala de aula, gosto muito de meu trabalho, me sinto realizada na área profissional, pena que não somos mais bem remuneradas, bem, mas isso não vem ao caso agora; minhas qualidades físicas são perfeitas, estou brincando. Sou de estatura média, sou gordinha, com cabelos crespos e escuros, olhos castanhos, pele branca...
A maioria das pessoas que convivo só enxergam minhas qualidades, pois elas se sobressaem sobre os meus defeitos, desculpe por ser tão “modesta”, mas isso é a mais pura verdade.

SOU DE ORIGEM ALEMÃ, COM ORIGEM PORTUGUESA, POIS MEU PAI É DE ORIGEM ALEMÃ E MINHA MÃE DE ORIGEM PORTUGUESA. SOMOS UMA FAMÍLIA ENTRE QUATRO IRMÃOS, DOIS COM A PELE COR DE CUIA, E EU E MINHA IRMÃ CARLA DE PELE BASTANTE CLARA.

MEU AVÔ PATERNO ERA DE ORIGEM ALEMÃ, ENQUANTO QUE MINHA AVÓ PATERNA ERA DE ORIGEM BUGRA, ACHO EU QUE POR ISSO TENHO DOIS IRMÃOS MAIS ESCUROS.

O MÉTODO CLÍNICO APLICADO EM MEU QUERIDO FILHO DIMÍTRIUS

Método Clínico de Piaget

Registro e análise das provas:

1)DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome: Dimitrius
Idade da criança: 6 anos
Série: 1° Ano
Data da prova: 20/05/2009
Duração: 20 minutos
Observadores: Carla Rosane Maus e Graziela Maria Maus
Prova: Conservação do número

2. Descrição do contexto da aplicação da prova (onde foi realizada a aplicação, condições do local, etc):
A prova foi em minha casa, o meu afilhado, Dimitrius, é filho da Graziela. O lugar foi na cozinha e, ele amou os desafios que lhe foram feitos. Inclusive quando terminou o teste ele queria mais perguntas e, dissemos a ele que faríamos outra prova com água num copo, e isto foi o que acalmou o menino. É incrível o quanto ele gosta de responder as perguntas e, muitas vezes até fazia colocações, de tão à vontade que estava. É um aluno muito curioso.

3. Relato da aplicação da prova (dialogado):

Igualdade inicial:
Foram colocadas sete bolinhas de massa de modelar, do mesmo tamanho (verdes) em uma linha diante do menino e foi pedido que fizesse a mesma coisa com as bolinhas amarelas que lhe foram entregues (7 no total) e perguntado:
─Já terminou?
─ Sim. (respondeu o menino)
─ Nós temos a mesma quantidade?
─ Sim! (respondeu o menino)
─Como é que você fez?
─ Fiz igual ao teu, fui colocando na frente das tuas. (respondeu o menino)
─Como é que tu sabes?
─ Fácil, só coloquei na frente da tua!
Elogiei o menino e disse: ­-- vamos adiante?

Linhas espaçamento
Igualdade inicial:
Não foi preciso corrigir o menino, pois ele colocou o número igual, e foi perguntado a ele:
─ Tem a mesma quantidade de bolinhas, ou mais em alguma das linhas?
─ Tá igualzinho. (respondeu o menino)
Transformação:
Foram espaçadas as bolinhas verdes fazendo com que nas extremidades das duas linhas não coincidissem e perguntado ao menino:
─ E agora, temos mais ou a mesma quantidade de bolinhas nas duas linhas?
─ Tem a mesma, pois, tu não tirou nenhuma, só ficou maior porque tem espaço. (respondeu o menino)
─Olha como esta linha é maior. Outra criança me disse, ao contrário, que havia mais porque a linha é maior que a tua. Quem esta certa, tu ou a outra criança?
─ Eu, porque tu não colocou mais bolinhas, só deixou maior a fila por causa do espaço que tu fez, eu sei contar e, tá igual. (respondeu o menino)
─ Se eu colocar como antes, nós teremos a mesma quantidade de bolinhas, ou não?
─ Mesma coisa, tu não tirou nenhuma. (respondeu o menino)

Círculos e espaçamento
Igualdade inicial:
Foram colocadas somente seis bolinhas verdes em círculos e a mesma quantidade de bolinhas amarelas ao redor, em correspondência termo a termo.
─Tem a mesma quantidade?
─ Sim a mesma. (respondeu o menino)
Transformação:
Foram espaçadas as bolinhas do circulo exterior (amarelas)
─ Tem a mesma quantidade ou mais bolinhas amarelas?
─A mesma coisa. (respondeu o menino)
─ Mas uma criança me disse que tem mais porque o circulo é maior.
─ Não, tem a mesma coisa, só estão longe uma da outra, tu não colocou e nem tirou nenhuma bolinha. (respondeu o menino)
Retorno:
─ Agora, deixei como antes, nós temos a mesma quantidade, ou não?
─Sim, só ficou tudo pertinho. (respondeu o menino)
─ Tem certeza?
─ Sim, já contei. (respondeu o menino)

Cifras aproximadas
Igualdade inicial: (voltou a igualdade inicial em fila)
─ Se eu colocar como antes, nós teremos a mesma quantidade de boliinhas, ou não?
─ Sim.
Foi escondido uma das linhas e pedido ao menino para ele contar as bolinhas amarelas.
─ Tu podes adivinhar quantas bolinhas tem na outra linha?
─ Tem sete. (respondeu o menino)
─ Como tu sabe?Tem a mesma quantidade de bolinhas nas duas linhas ou tem mais em alguma das partes?
─ Eu contei as verdes e as amarelas e eram iguais, então tem também sete. E tu não tirou nenhuma.
Foi pedido que o menino contasse as bolinhas.
Ele disse que tinha sete nas duas.


Quanto às condutas da criança
O menino Dimitrius estava gostando de fazer a atividade. Sua reação primeiramente foi de curiosidade. Quando começamos a realizar a prova ele achou muito fácil e, seu interesse continuou.
O Dimitrius deu respostas corretas e não foi influenciado por contra argumentos, pois tinha certeza que nas duas filas tinha a mesma quantidade de bolinhas.
O Dimitrius consegue fazer a correspondência termo a termo e consegue fazer a operação lógica.
Ele, com certeza já, está no período pré-operatório. Ele consegue assimilar a idéia da conservação de quantidade, sem tantos recursos concretos.
A construção da capacidade de reversibilidade do pensamento assinala o ingresso nas operações concretas. A criança torna-se, então, capaz de realizar operações, ou seja, ações mentais, embora limitadas pelo mundo real.
Está no inicio da construção lógica, pois não necessita tanto de materiais concretos para entender conceitos e utilizá-los no dia-a-dia.


Quanto às intervenções do experimentador:
A mãe do menino, também professora não falou em nenhum momento, apenas fez anotações, estas que estão aqui.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

REFLEXÕES SOBRE O FILME: ENTRE OS MUROS DA ESCOLA , LIGADAS COM MINHAS APRENDIZAGENS

A cena escolhida foi sobre o trabalho que o professor fez sobre o auto – retrato.
Ele pede como tema, que cada aluno faça um auto – retrato. Então, na próxima aula, ele pediu que alguns alunos lessem seu trabalho, o que gerou alguns conflitos. Achei este trabalho do professor bastante desafiador e criativo, pois levou o seu aluno a pensar sobre si, a expor seus gostos, a falar um pouco sobre sua vida, apesar de alguns se sentirem retraídos e constrangidos, mesmo o professor dando a eles palavras de incentivo.
Esta cena demonstra que o professor teve a intenção, ao meu modo de ver, de conhecer seu aluno, suas vontades, seus gostos, seus anseios e sendo assim, promovendo a busca da autonomia, resultante na identidade saudável, isto tudo, causou muitos conflitos entre os alunos x alunos x professor.
O professor teve sim a intenção, mas em algumas cenas do filme desanimou e desistiu de continuar com aquele rico trabalho, pois sob o meu ponto de vista, ele ali poderia ter trabalhado mais sobre as diversidades lá existentes, fazer debates sobre o preconceito e sobre a discriminação, sobre as diferenças raciais...
Em uma das cenas do filme, no qual houve uma reunião de professores, percebi que o professor tinha vontade de mudar um pouco o sistema, mas ao mesmo tempo ele se calava, por receio ou por não acreditar que é possível sim, mudar as regras tradicionais, onde uma delas era um castigo, no qual o aluno perdia pontos por sua indisciplina, o professor foi contra, mas não foi persistente com sua opinião, se deixando calar.
Uma outra cena foi dentro da sala de aula onde o um aluno chama o outro de “macaco,” o professor foi um intermediário dos conflitos existentes, sendo o maior a discriminação que havia entre os alunos, tal como o preconceito racial.
Neste momento do filme, relembrei um momento que tive com meus alunos neste ano, onde uma aluna chama a colega de “branca suja” e a outra revida chamando-a de “macaca”; tive então, que tratar o conflito no grupo, e após chamei as duas, em particular, conversando com as mesmas. Expliquei que devemos respeitar uns aos outros, que somos diferentes sim, mas nem por isso, as pessoas ficam se chamando de negras ou brancas; partindo do pressuposto que acredito na igualdade com a eqüidade, pois, somos diferentes porque somos únicos, e iguais porque buscamos o respeito mútuo.
Conforme o texto que li: Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana; tive maior reconhecimento que é preciso construir estratégias educacionais que visem o combate do racismo, tendo como objetivo fortalecer entre os negros e despertar entre os brancos a consciência negra; entre os negros oferecer conhecimentos e segurança para orgulhar-se de sua origem africana; para os brancos permitir que identifiquem as influências, as contribuições, as participações e a importância da história e da cultura dos negros no seu jeito de ser, viver, de se relacionar com as outras pessoas, notadamente as negras. Daí a necessidade de se insistir e investir para que os professores recebam formação que capacite não só a compreender a importância das questões relacionadas à diversidade étnico-raciais, mas a lidar positivamente com elas e, criar estratégias pedagógicas que possam auxiliar a reeducá-las. Por isso é necessário incluir no currículo da Educação Básica a História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, oferecendo não só o conteúdo, mas os materiais bibliográficos e didáticos, acompanhando os trabalhos desenvolvidos, para que os alunos negros deixem de sofrer os continuados atos de racismo de que são vítimas.
Outra cena bem interessante, fora quando o professor incentivou muito o trabalho de um de seus alunos, onde ele expunha o auto-retrato de seu aluno no mural e, pede assim que seus outros alunos venham olhar e ler sobre o mesmo. O aluno ficou constrangido e ao mesmo tempo não acreditando que ele era capaz de ter feito um bom trabalho, o que para ele era bastante difícil, pois mais ao final do filme, pude perceber o que faltava para ele era auto-estima e autonomia, pois sua mãe era muito dominadora, sendo assim, não o deixava falar por si próprio, mostrando assim, a pouca liberdade de expressão, determinação e pouca reflexão sobre o que ele era realmente capaz de fazer e ser.
Segundo Awschwitz, sujeitos com autonomia, são providos da força para reflexão crítica, para a autodeterminação, o que é adquirido através da educação.
Por isso, cabe a nós educadores e família tratarmos bem nossas crianças, no contexto individual, dando-lhes liberdade de escolha e expressão, para que só assim eles tenham chance de se desenvolverem autônomos, capazes de se tornarem cidadãos críticos e capazes de amar.

A educação voltada para a auto-reflexão, formação, ao respeito, a civilização, ao amor, a autonomia...

Segundo o Adorno de Auschwitz:“Devemos trabalhar contra essa inconsciência, devem os homens ser dissuadidos de, carentes de reflexão sobre atacarem si mesmos, os outros. A educação só teria pleno sentido como educação para a auto-reflexão crítica. Dado todavia que, como mostra a psicologia profunda, os caracteres em geral, mesmo os que no decorres da existência chegam a perpetrar os crimes, já se formam na primeira infância, uma educação que queira evitar a reincidência haverá de concentrar na primeira infância.”
Conforme Kant: “A disciplina é o que impede ao homem de desviar-se do seu destino, de desviar-se da humanidade, através de suas inclinações animais. Ela deve, por exemplo, contê-lo, de modo que não se lance ao perigo como um animal feroz, ou como um estúpido. A disciplina, porém, é puramente negativa, porque é o tratamento através do qual se tira do homem a sua selvageria; a instrução, pelo contrário, é a parte positiva da educação.”
“A selvageria consiste na independência de qualquer lei. A disciplina submete o homem às leis da humanidade e começa a fazê-lo sentir a força das próprias leis. Mas isso deve acontecer bem cedo. Assim as crianças são mandadas cedo à escola, não para que aí aprendam alguma coisa, mas para que aí se acostumem a ficar sentadas tranquilamente e a obedecer pontualmente àquilo que lhes é mandado, a fim de que no futuro elas não sigam de fato e imediatamente cada um de seus caprichos.”
Enquanto educadora, concordo com as colocações acima de ambos os autores, pois uma complementa a outra. A falta de disciplina é o mal pior que falta de cultura, pois essa pode ser remediada mais tarde, a passo que não se pode abolir o estado de selvageria e corrigir o defeito de disciplina. Disciplina e instrução “sim” é o que fará a natureza humana sempre melhor desenvolvida e aprimorada, é o que chamamos de educação.
Na última colocação é uma teoria que muito aplico na prática, porém é preciso respeitar o desenvolvimento do meu aluno, por ser um ser integrado. Evito atitudes de autoritarismo, que impeça meu aluno de se locomover e dialogar, incentivando-o ao respeito mútuo, visto que precisamos, no social, interagir com liberdade e cooperativismo. Parte de mim então, instruir e explicar as importantes regras de convivência, estas que estão sendo trabalhadas desde o início de sua formação.
Concordo quando Kant explicita: “O homem tem necessidade de cuidados e de formação. A formação compreende a disciplina e a instrução.”
O indivíduo que é bem instruído desde cedo, no futuro saberá contornar com coerência suas atitudes, ou seja, essa instrução aumentaria as possibilidades da humanidade ser aprimorada. Com isso, há os valores de autonomia e autodeterminação no desenvolvimento.
Conforme o Adorno de Auschwitz, o que se pretende na educação é a autonomia que é a auto-reflexão crítica, que conduz a autodeterminação, ou seja, a conscientização das atitudes, com posse de liberdade com responsabilidade de fazer escolhas e saber lidar com as mesmas.
Segundo Kant: “O homem não pode se tornar um verdadeiro homem se não pela educação”, isso significa que só a educação poderá estimular no indivíduo a capacidade de reflexão e dar suporte para a condição de vida plena, onde o respeito e o cooperativismo são bases para a formação de uma sociedade mais justa.
Os dois autores afirmam que à educação conduz a autonomia, e ela será conseguida com a formação de valores sociais, culturais e espirituais que buscam o lado positivo da maneira de ser do individuo.
E que estes indivíduos desempenham a capacidade de refletir e se determinar para a tomada de decisões, formando assim uma mentalidade racional e sensata. E esta educação levará a humanidade à felicidade e a superação de desafios.
Conforme Kant: “ Uma boa educação é justamente a fonte de todo o bem neste mundo. Os germes que são depositados no homem devem ser desenvolvidos sempre mais. Na verdade, não há nenhum princípio do mal nas disposições naturais do ser humano. A única causa do mal consiste em não submeter a natureza a normas. No homem não há germes, senão para o bem.” “A natureza humana pode aproximar-se pouco a pouco de seu fim apenas através dos esforços das pessoas dotadas de generosas inclinações, as quais se interessam pelo bem da sociedade e estão aptas para conceber como possível um estado de coisas melhor no futuro.” “Vivemos em uma época de disciplina, de cultura e de civilização, mas ela não é a da verdadeira moralidade.” “De fato, como poderíamos tomar os homens felizes, se não os tomamos morais e sábios?” “A educação e a instrução não devem ser puramente mecânicas, mas devem apoiar-se em princípios.”
Especialmente em Kant fica clara a preocupação para que o homem, através da educação, se torne prudente e que conquiste seu espaço na sociedade.
Conforme o Adorno de Auschwitz: “ Não podemos esquecer a sobrevivência, na capacidade de amar. O amor não deve ser absorvido por objetos; o amor deve sobrepor à frieza do ser humano, esta que já é inata, tão qual a capacidade de amar.”
“Pessoas que se enquadram cegamente em coletividades transformam-se em algo análogo à matéria bruta e omitem-se como seres autodeterminantes.” “Se eu precisasse converter esse caráter manipulativo numa fórmula – talvez não devesse fazê-lo, mas pode contribuir para um melhor entendimento – eu o chamaria “tipo com consciente coisificado.”
Adorno chama a atenção para o conceito de “consciência coisificada”, instituída pela indústria cultural, enfatizando que o ser humano a partir dessa disciplina rígida não se contamine pelos avanços tecnológicos a ponto de esquecer o respeito ao seu próximo.
Tanto Adorno, quando fala sobre Auschwitz, como uma das maiores atrocidades que a raça humana pode chegar, adverte que neste mundo onde as máquinas muito já ditam nosso comportamento, as pessoas cada vez mais distantes, frias, insensíveis e incapazes de amar. O autor nos alerta que a maneira mais segura de evitar a barbárie é investir numa educação que privilegie a singularidade de cada indivíduo, centrado na primeira infância, e depois com muito esclarecimento ir promovendo entre os sujeitos a auto-reflexão crítica, criando um clima espiritual, cultural e social, no qual os sujeitos já devem aprender desde cedo a idéia de não participação da barbárie.

TEXTO RELATANDO SITUAÇÕES NA ESCOLA E ANÁLISE TEÓRICA COM BASE NO REFERENCIAL PIAGETIANO SOBRE O DESENVOLVIMENTO MORAL

Após ler o texto: Significações de violência na Escola: Equívocos na compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança? de Jaqueline Picetti, percebi que tenho uma visão distorcida sobre a violência na escola. Será que meu aluno é violento, ou tal atitude não é característica do processo de construção da moralidade? Será que estou contribuindo com trabalhos pedagógicos em relação a isso?
Tenho dúvidas, pois algumas vezes achei que estes atos mereciam punições, como ficar sem recreio ou tirar a educação física, mas vi que isso nada adiantava. Então, comecei a mudar minha tática.
Meu aluno Lucas, do terceiro ano era um aluno que vivia batendo, chutando ou até mesmo soqueando seus colegas, algumas vezes usei de punição com ele, mas percebia que isso não adiantava, só estava piorando e, sentia ele cada vez mais distante. Ele saiu de seu lugar e começou a sentar lá no fundo da sala. Vi que era hora de eu mudar, cada vez que ele era violento, conversava com ele, pedindo explicações, o porque ele fizera isto ou aquilo, mas já não estava mais condenando ou punindo, mas sim ouvindo o que ele tinha para me dizer. A partir de minha mudança para com ele, ele começou a mudar também, pediu para sentar perto de mim, hoje muitas vezes vem me abraçar, me tocar, me cheirar. Hoje eu estou sempre incentivando, explicando que ele não pode mais fazer isto ou aquilo, fazendo ele muitas vezes refletir sobre seus atos.
Depois de ler este texto pude perceber que mesmo sem saber, estou contribuindo no processo da construção da moralidade de meu aluno. Só que não sabia que certos comportamentos ditos como violentos, nada mais poderia ser sobre o desenvolvimento moral de meu aluno. Segundo a autora: “Seria importante a escola inserir em seu contexto o respeito pelo processo de desenvolvimento moral, não tachando mais certos comportamentos como violentos, mas como características de uma determinada fase da construção da autonomia da criança, pois, para que o sentimento de justiça se desenvolva, são necessários o respeito mútuo e a solidariedade entre as crianças e os adultos.”
Concluo, então que acho que estou indo no caminho certo, errando algumas vezes, mas tentando sempre acertar, para que só assim meu trabalho seja enriquecedor e para que eu colha bons frutos. E saber acima de tudo, que eu tentei fazer o melhor.

MEU PLANO DE AÇÃO SOBRE AS DIFERENÇAS E O PRECONCEITO RACIAL

Como fiz meu planejamento com uma quarta série, com 28 alunos, alunos esses que estão na pré-adolescência, tive que preparar as atividades para que fossem interessante e que surtissem realmente algum efeito em suas vidas. Nesta turma tenho dois alunos negros e os outros são de origem alemã e italiana.
Como estava trabalhando sobre os imigrantes alemães, italianos, portugueses e negros no RS, resolvi então fazer meu planejamento sobre as diferenças que haviam também na sala de aula.
Iniciei com a caixa de papelão com um espelho dentro e ali cada um tinha que abrir a caixa e, só depois que todos se olhassem pedi a eles que falassem o que viram. Aqueles menos tímidos disseram que viram a coisa mais linda do mundo, foi uma atividade muito divertida.
Depois fomos para uma sala onde havia um grande espelho e, pedi a eles que se olhassem e, depois todos sentaram em circulo e preencheram uma ficha sobre si, respondendo perguntas como: sua cor preferida, nome dos pais, sua cor, cor dos olhos, animal que mais gosta... Em sala de aula foi dado uma folha, para que ali cada um desenhasse somente seu rosto, como foi visto no espelho e, que depois cada um se pintassem, como realmente se vê. Esta foi uma atividade bastante interessante, pois uma das alunas negras fez até seu cabelo com as trancinhas com tic tac e, realmente se pintou de preto. Resumindo em outros trabalhos antes propostos a mesma se desenhava de loira. .
Após todas essas atividades, foi feito uma leitura sobre suas fichas e houve também bastante risadas e entrosamento, cada uma queria mostrar o que tinha feito, todos os trabalhos foram expostos na sala de aula.
Como estava trabalhando sobre os imigrantes, formei grupos e pedi que cada grupo escolhesse uma etnia e que juntos fossemos a biblioteca e, que assim cada um iria pesquisar sobre a mesma. Após cada grupo fez cartazes sobre sua escolha. Depois apresentaram para o grande grupo, falando sobre os hábitos e costumes que cada povo trouxe para o RS.
Outra atividade era trazer recortes de revistas e jornais sobre os costumes de cada povo, que foram colados num grande mapa do RS.
De todo esse trabalho, o que para mim foi de maior valia, foi perceber o interesse de meus alunos em buscar informações sobre si e sobre o outro, eles souberam respeitar as diferenças não só de cada povo, como também as diferenças existentes dentro da sala, e acima de tudo valorizar a identidade de seu colega e sua história de vida.
Como escreve Marilene Pare em seu texto: Auto-imagem e auto-estima na criança negra. “Que é de fundamental importância um olhar na multiculturalidade existente em nossas salas de aula e em especial com os de etnia africana”. Precisamos dar oportunidades para eles expressarem sentimentos muitas vezes contidos por falta de oportunidade.
Utilizei muito a abertura de debates para colocarem suas ansiedades, suas alegrias, seus sofrimentos Em, tudo isso trazido das convivências de cada um com suas famílias, ou seja, o aluno trazendo sua herança, a ancestralidade falada de forma sem preconceito. É sabido que somos iguais na equidade e, torna-se importante levarmos em consideração o respeito mútuo e a história de cada um, respeitando as pessoas como um todo e não como um meio ou fim.

A inclusão em minha vida

Trabalho há 12 anos na rede Estadual de Ensino.
Em maio deste ano, comecei a trabalhar na Rede Municipal de São Leopoldo.
Na rede estadual tive contato somente com crianças com aprendizagem lenta, sem nenhum laudo. Somente acho que estas crianças podem apresentar algum problema, mas qual??
Nos ultimos três anos alguns alunos com problema de aprendizagem foram encaminhados ao EDUCAS.
O EDUCAS oferece duas vezes por semana aulas de reforço com acompanhamento de pedagogas e psicopedagogas que estão estagiando pela UNISINOS.
Percebi que os alunos que lá estiveram tiveram uma melhora na aprendizagem.
Uma vez por mês, somos convidadas a participar de reuniões, para conversarmos sobre o aluno. Este trabalho é bastante importante, mas é preciso muito mais, para conseguirmos realmente um ótimo resultado.
No pouco tempo que estou na rede municipal de S. L., soube do envolvimento que a mesma tem com o ensino voltado para as crianças portadoras de necessidades especiais. Um exemplo disso é a escola onde trabalho, que tem uma sala de recursos multifuncionais, que é um espaço bem organizado com materiais didáticos, pedagógicos, equipamentos e profissionais com formação para atender as necessidades educacionais especiais, onde atende alunos com deficiência, com altas habilidades, superdotados, dislexos, hiperativos, com déficit de atenção e outros.
Esta sala tem ênfase nas tecnologias assistivas. A mesma atende mais oito escolas da rede.
Na escola conheci um menino com síndrome de Down, que estuda na sala ao lado da minha, algumas vezes no meu planejamento, fui observar como era uma aula com este tipo de criança. Percebi que a inclusão, não pode estar apenas no papel, mas sim na vocação, digo isso porque percebi que para trabalhar com esse tipo de criança tem que antes de tudo, gostar e amar, é pura vocação, é preciso ter muita paciência, tática e principalmente jogo de cintura. A turma toda apóia muita a professora, todos tem muita paciência com ele, digo a turma também tem que aceitar a inclusão. Notei que ali a professora sabe fazer a verdadeira inclusão, pois a turma soube aceitar a diferença e soube ajudá-lo. Ele também é muito carinhoso com a professora, necessitando sempre a atenção da mesma, o que é bastante desgastante, mas ela faz tudo mesmo por carinho e amor, pois se não tiver isso o trabalho de inclusão não daria certo.